terça-feira, 3 de maio de 2011

PARADOXOS, incongruências e outros deslises.

DE VEZ EM QUANDO paro pra pensar em algumas incoerências e paradoxos que acontecem aqui em Arcos. Algumas são hilárias, outras já são vexatórias e vergonhosas para quem as protagoniza. Estou falando de nossa cidade, porque é aqui que a gente convive, passou e passa o maior tempo de nossa vida. Mas em outras cidades devem ocorrer também incongruências parecidas, às vezes até piores. Como estamos cá, não estamos lá para testemunhar os fatos incoerentes e pitorescos. Então, cuidemos dos daqui!
PRIMEIRA INCOERÊNCIA: Havia aqui um sujeito muito preguiçoso, um dos maiores que eu já vi. Parece que o cidadão nunca tinha trabalhado na vida. Sabe a qual partido político o mesmo era filiado?  Pasmem, mas o referido cidadão era filiado ao Partido dos Trabalhadores. Parece-me, não tenho certeza, que ele era um dos fundadores do PT local. Olhando pelo nome do partido, é uma incoerência das grossas, mas em se tratando de facção política tudo pode acontecer, e dentro da maior normalidade.
SEGUNDA INCOERÊNCIA: Aqui tem pessoas que não possuem casa própria, mas possuem dois ou treis veículos. Quando vão alugar uma casa, esta tem que possuir garagem ampla, para proteger o carro do marido, o da mulher, os dos filhos, até o carango da sogra. O cidadão não se preocupa em possuir um teto pra chamar de seu, mas os automóveis são essenciais para aumentar o status. É claro que possuir carro é danado de bom, mas a casa própria, por uma questão de lógica, tem alta prioridade.
TERCEIRA INCOERÊNCIA: Esta é hilariante porque a pessoa que a provocou é engraçada e espirituosa. Essa pessoa, muito amiga minha, entrou no bar para comprar cigarros. O dono do bar, curioso, iniciou com ele o seguinte diálogo:
-Uai, fulano, eu não sabia que você fumava!
–Eu não fumo mesmo. Este cigarro é para minha mulher.
–Mas, sua mulher fuma?
-Fuma, mas só escondida de mim!  
-Mas como, escondida, se você mesmo está comprando cigarros pra ela?
-Uai, é mesmo sô. Eu ainda não tinha pensado nisso.
QUARTA INCOERÊNCIA: Esta também é engraçada, se não fosse ridícula. Um sujeito adquiriu um lote de terra numa rua da nossa cidade. Só que o tal lote não tem frente para a rua, ou seja, a frente é zero, conforme está no contrato de compra e venda. Se a frente é zero como o sujeito entraria na casa construída no tal lote, já que não há rua dos lados e nem no fundo?  Só se fosse por cima, de helicóptero.  Ainda bem que o vizinho do lado colaborou com o comprador e trocou parte da frente do seu lote por parte do fundo do lote sem frente. Ficou mais barato do que comprar um helicóptero.
QUINTA INCOERÊNCIA: Esta é ótima e aconteceu recentemente. A prefeitura local comprou materiais para fazer mata-burros numa loja que só vende materiais elétricos, os quais não são usados na construção de mata-burro. Já pensaram se a moda pega? A gente vai comprar remédio no açougue; carne na farmácia; automóvel na funerária; pão na loja de autopeças; móveis na padaria, etc. Este pitoresco fato deveria ser um prato cheio para a atual oposição, que, quando era situação, sofreu na língua da atual situação, quando então esta era oposição. Entenderam? Nem eu.
SEXTA INCOERÊNCIA: Esta é vergonhosa e constrangedora. Aqui tem um sujeito, aliás, mais de um, que tem um passivo bem grande na praça, ou seja, deve dinheiro a vários bancos e no comércio. Mesmo assim, o cidadão não deixa de aproveitar a vida. Como um nababo, leva vida de rico, participando de eventos mirabolantes, como por exemplo, Cruzeiro de Navio e Desfile de Escolas de Samba campeãs do carnaval carioca. Isso sem mencionar outros regalos de gente endinheirada e de bom gosto. Eu também sei o que é bom, mas não posso gozar com o dinheiro alheio.
SÉTIMA E ÚLTIMA INCOERÊNCIA, por enquanto: Já há um outro sujeito em situação semelhante, proporcionalmente falando, é claro, que gosta de participar de eventos em homenagem a fregueses especiais, promovidos por um ou outro feliz comerciante. E com direito a fotos na mídia, e sem perder literalmente nenhuma das poses.  Ora essa, se o cara é um freguês especial, significa que ele compra muito, paga em dia ou compra a vista.  Se o indivíduo pode comprar muito e pagar em dia, por que não liquidar o passivo antigo?  O raciocínio é muito simples e lógico. Mas, vergonha não é para todos. 
OPINIÃO PESSOAL: Quanto às duas últimas incoerências, infelizmente, não são apenas esses dois casos. São dezenas, centenas, milhares deles, no Brasil inteiro, depois que a constituinte de 1988 instituiu o calote no nosso país.  O pior de tudo é que seus protagonistas principais ficam por aí, esnobando um refinado bom gosto à custa do sacrifício alheio. Em minha opinião é uma tremenda falta de caráter e falta de respeito consigo mesmo e com os demais envolvidos.  São as famosas pessoas que comem torresmo escondidas e arrotam lombo em público. Se fosse eu........
Bem, se fosse eu, faria tudo para que esse paradoxo não existisse. Eu sempre tentei saber ser pobre, ter os pés no chão e ser muito grato pelas coisas que Deus me deu. Uma das boas formas de ser rico é saber aceitar a pobreza, com dignidade.  É assim que eu penso! É assim que tento proceder! É assim que recomendo a todas as pessoas que me dão o prazer de emprestarem sua atenção. E o que muito me alegra é saber que ainda há muita gente sensata, que pensa e age da mesma forma.

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