terça-feira, 10 de maio de 2011

Ditados populares verdadeiros, mas discutíveis.

De um modo geral as pessoas costumam usar as máximas e frases de efeito para justificar seus defeitos, seus traumas, os costumes bons ou ruins, suas manias, seus sucessos e fracassos e os desvios psicóticos. Para isso, elas usam toda sorte de provérbios, alguns bem coerentes, outros nem tanto, outros já bem discutíveis, tendo em vista sua relatividade, pois que alguns não se enquadram perfeitamente na situação que se quer explicar e justificar, deixando margem a algumas controvérsias.
Assim, durante alguns dias vou ter o atrevimento de postar aqui alguns ditados populares que não são de minha autoria, é claro, como também tecerei um ou outro comentário sobre os mesmos para tentar explicar meu posicionamento em relação a eles. Desde já agradeço a quem me honrar com a leitura, esclarecendo que ninguém é obrigado a concordar, pois se trata de opinião pessoal, a qual não desejo impor a nenhum leitor. Portanto, sintam-se à vontade para discordar. A eles, então!
O DINHEIRO NÃO TRAZ FELICIDADE.
Com esse ditado não concordo muito, visto que algum tipo de alegria o dinheiro, se bem usado, pode trazer. Se o dinheiro não for colocado no altar, acima das outras pessoas e de Deus, principalmente, pode ajudar em algo no objetivo de ser feliz. Não obstante o dinheiro não consiga comprar a felicidade, é certo que ele pode ajudar as pessoas a serem menos infelizes, comprando objetos de ilusão, realizando sonhos de consumo, ou adquirindo paliativos.  
Por exemplo, o sujeito está com câncer, ou outra doença incurável. O dinheiro não vai curá-lo, mas pode amenizar seu sofrimento, lhe permitindo usar o sistema de saúde particular em tempo hábil, medicamentos mais poderosos e não ficar na dependência da saúde pública que sempre chega atrasada e altamente ineficiente.  Recentemente tivemos como prova a agonia do ex-vice-presidente José de Alencar, cuja vida foi prolongada pelo seu dinheiro.
Muitos ricos são infelizes porque colocam o dinheiro acima de tudo. Pensam que, em tendo dinheiro, tudo podem, tudo conseguem, como de fato quase conseguem mesmo. Mas é tudo ilusório, tudo balofo, tudo passageiro. Quando a mão de Deus desce sobre eles, aí há muito choro e ranger de dentes.  As coisas do além, não há no mundo nenhum dinheiro que compre.
Coisas inerentes ao ser humano, como saúde, inteligência, amor, carinho, amizade, respeito e muitas outras de natureza semelhante, não se consegue comprar, mesmo possuindo toda a fortuna do mundo. Portanto, a felicidade não se compra e não se vende. Quando a pessoa é merecedora costuma tê-la de graça até morrer.  Mas quem decide isso é nosso Pai celestial, que é auto-revestido de todo o poder.
Por outro lado, não é nada fácil viver sem o dinheiro necessário. A falta constante do vil metal traz muitas apreensões nas pessoas, principalmente se estas são decentes, preocupam-se em manter as coisas em ordem e em dia, e não se conformam em receber ajuda alheia. Um casal que se preza, duas pessoas coerentes e sensatas que sonham com uma vida digna, não vivem muito tempo juntas sem o dinheiro necessário.
Numa hora qualquer, começam as cobranças mútuas baseadas nas boas coisas que ocorrem com os outros mais bem providos, como também nas humilhações afetas a quem não tem o dinheiro necessário.  Há poucas coisas que desestabilizam um casal mais do que a falta de dinheiro. Quando a pobreza entra pela porta, o amor sai pela janela, já diz o velho ditado. Ou, na casa que falta pão, não tem união.
Todavia, quando o casal é desleixado, inconseqüente e não se incomoda com o lado social da vida, acaba não ligando para a falta de dinheiro. Ou então, quando são pessoas muito pobres, também não ligam para a pobreza, já que não se constrangem em receber ajuda de terceiros. Recebem uma cesta básica hoje, outra daqui a uns dias; fazem um bico aqui, outro ali; dormem bêbados hoje, amanhã e quase sempre.
Indiferentes, escutam os filhos pedirem uma coisa; não podem atender o pedido do filho, mas não se amofinam e ficam pensando que tudo está normal. Não está normal, não! Mas devido à pobreza maior ainda do estado de espírito, fica tudo como está, tudo normal, embora não possuam nem o mínimo necessário. Vivendo numa situação assim, quem tem um pouco de clareza mental não consegue se feliz.
            Continua dentro de alguns dias.


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