quinta-feira, 12 de abril de 2012

Uma luz no fim do túnel. Ou a Lei da Ficha Limpa.

           Oba!Uma luz no fim do túnel. Mas não é a luz de um trem vindo em sentido contrário. É uma luz vista por trás, que vai iluminar para frente, ou seja, o caminho do futuro. Estou me referindo à Lei da Ficha Limpa, que parece vai funcionar agora. Creio que podemos ficar otimistas e esperançosos quanto aos efeitos positivos dela. Se realmente funcionar, vai retirar da vida pública, no mínimo por oito anos, todos os políticos desonestos, que não respeitam a seriedade de seus cargos e, por conseguinte, o povo. Torçamos, então, para que ela funcione na prática.
Entretanto, tal lei vai dar apenas o primeiro passo, impedindo o político, já condenado em segunda instância, de candidatar-se a qualquer cargo eletivo por determinado tempo. Mesmo assim, vai ser um passo gigantesco no sentido de moralizar a política brasileira. O segundo passo vai ficar por conta do eleitor, que deverá continuar castigando o safado, não votando nele, mesmo depois que este já puder se candidatar. É pena que os suspeitos ainda não apenados continuem livres para concorrer. E, o que é pior, com chances de eleger-se.
Inicialmente, o povo é estimulado a pensar que todos os políticos, então candidatos, são muito corretos, bem intencionados e muito bonzinhos, o que pode ser percebido em suas gentilezas e nas costumeiras promessas pré-eleitorais. Sabem de tudo que o povo precisa. Não perdem o eleitor de vista, mesmo que este esteja evitando ser visto por eles. O grande problema é que alguns são muito esquecidos e descuidados. Tanto que esquecem logo das promessas e necessidades do povo, como também acabam confundindo os bens públicos com os bens pessoais e familiares.
Entretanto, alguns entram para disputar o certame, já mais sujos do que pau de galinheiro.  O lugar correto para eles seria a cadeia, e não num pleito eleitoral, representando, no mínimo, um partido. Se a Lei da Ficha Limpa já existisse, este fato não aconteceria, pois tais sujeitos já teriam sido alijados da política brasileira. Mas como eles se encontram livres para concorrer, fazem o diabo para conseguir enganar o eleitor, o que conseguem com maestria, dada a preferência que muitos eleitores têm pelos patifes, enquanto estes também conhecem quem os acolhe.
Um outro efeito benéfico que esta lei trará caso seja cumprida, é retirar também da vida pública a patota do político alvo dela.  Sendo expulso o cachorro, as pulgas irão juntas, pois os asseclas de um não servem para outro, se não forem da mesma facção.  Assim, a limpeza será mais ampla do que o previsto, pois há apadrinhados de  políticos que são tão ruins quanto ou piores do que o próprio padrinho. Tanto que, salvo raras exceções, formam um bando de interesseiros e co-assaltantes do erário público. Ao invés de formarem equipe administrativa, formam quadrilha.
Sendo assim, que seja bem vinda esta lei. Que ela venha, de fato, e funcione pelo menos à semelhança da Lei Seca ou da Lei Maria da Penha. No entanto, o grande risco que pode haver são os políticos, que a criaram muito a contra gosto, começarem a sentir na pele os efeitos dela. Aí, perceberão que deram um tiro no próprio pé e logo arranjarão um jeito de revogá-la o mais rápido possível. Para os políticos brasileiros nada é impossível, principalmente lhes sendo favorável. Se a Lei da Gravidade começar a lhes incomodar, eles a revogarão.