segunda-feira, 25 de abril de 2011

EXPRESSÕES, DITADOS E SEUS SIGNIFICADOS.

Desta feita, mesmo sem grandes conhecimentos, gostaria de falar um pouquinho sobre os títulos  acima, os quais agregam muita sabedoria e pertinência quando bem utilizado. Ás vezes a gente usa ditados, expressões e frases de efeito sem saber o significado, o que não aprecio muito fazer uma vez que é recomendável termos algum conhecimento do que estamos falando. Caso alguém nos questione sobre o significado de algo dito por nós, não é de bom tom fugir ao dever de esclarecer. Não pega muito bem sugerir às pessoas consultarem o dicionário, ou então se esquivar dizendo o irritante “Você entendeu, né!?”

Por exemplo: As pessoas costumam dizer: “Você é um carrasco; meu chefe é um carrasco, seu pai é um carrasco.....”, porém sem saber a origem, embora sabendo o significado. Esta palavra, carrasco, veio de Portugal, mas antigamente, muito antigamente, não tinha o mesmo sentido que tem hoje.  Ocorria que no Portugal de antes do século XV havia um sujeito que era encarregado pela Corte de executar os condenados à morte. Seu nome era: Belchior Nunes Carrasco. Daí, o nome próprio Carrasco virou sinônimo de verdugo, algoz, perverso entre outros. O nome se confundiu com o ofício a exemplo de outros nomes.

Uma outra expressão muito usada no nosso meio é o popular ”Vai plantar batatas”, que também se originou em Portugal, como todos os rudimentos de nossa cultura originaram-se também lá. Como plantar batatas era tarefa de pessoa inferior lá nas terras lusitanas, assim quando se queria ofender alguém desfazendo de sua classe social, mandava-o plantar batatas. Então, esta expressão passou a ser usada aqui no Brasil, para revidar ofensas, como forma de xingamentos, bem como para rechaçar pessoas inconvenientes e indesejáveis. “Ah, vai plantar batatas, sô”!  Funciona e não ofende muito.

O cidadão que trabalha na limpeza urbana é conhecido profissionalmente como Gari. Não é verdade? Pois, bem! Analisando o nome em si parece que não tem sentido. Mas sabendo de sua origem chega-se à conclusão de que tem muito sentido. Esse nome, até bem sugestivo por sinal, surgiu há tempos baseado no nome de um francês, que foi contratado por Dom Pedro II para cuidar da limpeza do Rio de Janeiro, em 1876, o qual se chamava Aleixo Gari. Faz sentido, não!? Embora seja um trabalho também digno, gari soa melhor que lixeiro. Também neste caso o nome próprio virou profissão.

E o Salvo pelo gongo? Este também é interessante! Na Inglaterra havia o costume de desenterrar os mortos para desocupar o espaço para outro defunto. Ao abrirem os caixões para a retirada dos ossos, percebiam que havia arranhões nas tampas do lado de dentro, o que os levava a deduzir que a pessoa havia sido enterrada viva. Assim, surgiu a idéia de amarrar uma corda no pulso do defunto e prende-la a um sino, que ficava de fora, é claro. Enterrado o defunto, alguém ficava de plantão perto do túmulo por alguns dias. Se o defunto acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar e ele seria imediatamente desenterrado. Ou seja, salvo pelo gongo.

Pode ser que algum leitor já esteja irritado comigo por causa deste assunto, e de todos os outros, e dirá assim: Ah, Patativa, vai tomar banho!  O que será que ele quis dizer com isso?  Que eu estou sujo? Que estou exalando mau cheiro? Que tomar banho é uma coisa tão ruim, que é o castigo que mereço por falar tanta imbecilidade? Então, quem se habilita a me explicar?  Alguém me disse que é porque quando se está tomando banho, não se consegue perturbar os outros ao mesmo tempo. Será? Tenho minhas dúvidas. E a cantoria debaixo do chuveiro, não perturba? 

Fonte: Não tenho uma fonte isolada e definida. São informções capturadas leituras diversas, entre elas A Casa da Mãe Joana, efetuadas durante toda a vida, depois que fui alfabetizado, é óbvio. Antes eu não lia; só via as figuras.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O ACOLHIMENTO.

O acolhimento é uma atitude social e, sobretudo cristã, muito divulgada na sagrada Escritura pelo nosso Mestre Jesus. O acolhimento é um ato de caridade e misericórdia de quem o pratica. Acolher bem as pessoas é dever de todas as outras que estão em melhores ou diferentes condições de quem necessita do acolhimento. Tal ato não se restringe apenas em dar guarida, agasalho, comida, etc., em nossa casa a quem esteja necessitando imediatamente de bens desse tipo. Ele é muito mais amplo e abrange outras áreas do relacionamento humano, como por exemplo, uma mera atenção, uma simples palavra de apoio e de ânimo, um encaminhamento a um emprego, até uma pequena informação. É confortador estar num lugar estranho e ser alvo de atenção e gentileza.

Quando se fala em acolhimento, vem logo à nossa mente o estrangeiro e o forasteiro de um modo geral. São as pessoas que mais necessitam dele, uma vez que, conforme o próprio adjetivo diz, geralmente, estão fora de sua terra, longe de seus familiares e conhecidos. São, portanto, os seres humanos que necessitam de um acolhimento mais imediato. Neste caso, nossa cidade sempre primou por acolher bem os forasteiros que tiveram o destino de chegar até aqui. Na verdade, Arcos acolhe até bem demais, sem discriminação e sem seletividade, o que algumas vezes já trouxe embaraços à nossa comunidade, devido ao excesso de confiança e generosidade, bem como à maldade e leviandade de alguns acolhidos. Entretanto, o número de malfeitores é bem menor do que os outros.

 O povo de Arcos é muito bom, motivo pelo qual está sempre desarmado em relação a forasteiros. Sempre foi assim! Tanto os nativos, quanto os de fora radicados aqui. Quando a cidade estava tendo os primeiros impulsos de crescimento e recebendo muitos forasteiros, como está ocorrendo de novo, começaram a ocorrer estripulias praticadas por alguns forasteiros inconvenientes e passageiros, felizmente, que aqui chegavam. Lembro-me muito bem de algumas crianças que nasciam aqui, cujos pais, forasteiros, escafederam, bem como de alguns casais que se desentendiam por fraqueza da mulher, que preferia a novidade de fora, como ocorre em quase todas as cidades pequenas. Uns separaram; outros mudaram daqui e nunca mais voltaram.

Lembro-me também que o saudoso José Laranjeira era o Delegado de Polícia e tinha muito trabalho para conter alguns maus elementos, de fora, que vinham trabalhar aqui. A cadeia estava sempre cheia de bêbados e arruaceiros. Lembro-me ainda de um dia em que o controvertido delegado, armado de uma carabina, enfrentou um bando de arruaceiros de fora, lá na porta do hospital. E o tanto de golpes que alguns forasteiros aplicavam nos comerciantes de Arcos!? Os comerciantes abriam as pernas demais, quando atinavam de fechar, os gaiatos já tinham dado no pé. Ás vezes a gente daqui não conseguia comprar a prazo deles, e os de fora deitavam e rolavam. Eu mesmo me senti vingado uma vez, com um comerciante que não quis vender a prazo para meu pai.

Recentemente tivemos um exemplo aqui de acolhimento arriscado, que poderia até ter redundado numa tragédia, já que não temos condições de saber que tipo de pessoa estamos acolhendo. Pela cara não é fácil saber, pois atrás de uma fisionomia séria, sisuda, até feia, pode muito bem esconder um coração generoso e uma moral decente, garantia de um passado limpo. Ao passo que atrás de uma cara bonita, alegre, sorridente, pode estar escondendo um perigoso bandido. As aparências podem simular muitas nuances da índole do avaliado, o que pode nos levar a praticar atos injustos ou a não adotar atos justos devido a deduções erradas. Felizmente, no nosso exemplo tudo acabou bem, menos para os fugitivos, que voltaram para o local de onde fugiram.

Em sendo assim, e considerando a mudança das pessoas para pior, o que está fazendo os riscos aumentarem assustadoramente, temos que rever nossa posição quanto ao acolhimento de estranhos, para nos proteger de surpresa desagradável, senão trágica. A literatura, policial principalmente, está recheada de exemplos de pessoas que foram vítimas de violência porque tiveram o altruísmo de praticar o ato do acolhimento. Algumas podem até ter sido vítimas de sua própria esperteza, ganância ou de interesses mesquinhos, mas a maior parte age espontaneamente, movida pelo sentimento de compaixão ou de serventia.  Infelizmente, a realidade é esta e temos que conviver com ela. Hoje em dia, é muito temeroso até praticar atos de generosidade, uma vez que o perigo pode ficar bem perto de nossos olhos, até no seio da própria família. Só que a gente não consegue vê-lo a tempo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Os Idosos e as DSTs.

Na quarta-feira de cinzas, 08/03, ouvi um assunto na TV que me deixou preocupado Em uma de suas pregações, um sacerdote muito famoso, indignado, falou por longo tempo sobre o aumento da incidência de AIDS nas pessoas idosas, depois que pessoas da terceira idade estão usando mal a liberdade e os incentivos recebidos, confundindo-os com libertinagem. Embora o sacerdote citado possa ter sido exagerado e contundente, penso que ele tenha razão, bem como autoridade religiosa para falar no assunto. Chegou até a dizer que sua mãe, viúva e relativamente nova, está proibida de freqüentar tais grupos, mesmo ela não necessitando de tal medida limitativa.

Em minha opinião, trata-se de algumas pessoas, e o excesso ocorre em todos os lugares, e também aqui. Há muitos terceiridadistas que são sensatos e moderados, e sabem proceder decentemente em seus redutos. Porém, há outros que exageram, tentando tirar todo o suposto atraso acumulado ao longo da vida, ou pensando que o mundo vai acabar amanhã. Alguns são até ridículos, servem de chacota, não respeitando os limites impostos pela idade. Parecem miquinhos amestrados fazendo gracinhas para a platéia. Meus amigos, o mundo não vai acabar amanhã, mas, acabando, tudo acaba junto, inclusive os forrós e todos os folguedos que lhes são oferecidos.

De fato alguns exageram. Não se pode ir com muita sede ao pote. Pode acontecer de, pela pressa, um gesto brusco quebrar o pote. Para tudo existe o limite, o ponto ideal e a disciplina. Tem idoso que não perde um forró; não deixa escapar uma festa do ramo, mas não dedica um minuto sequer a Deus. Parece que raramente se reúnem exclusivamente para atividade religiosa. São alegres e animados, que nem percebem os oportunistas usando-os para levar vantagem pessoal, uma vez que o grupo é um celeiro de votos. Não estou falando dos idosos de Arcos, mas de todos. Porém, com todo o respeito que sempre devotei aos idosos e às crianças.

Alguém deveria lembrá-los que nem só de folguedos vivem as pessoas, de qualquer idade. A gente vive também da palavra de Deus. E quanto mais idosa, mais a pessoa deve procurar reconciliar com Deus, uma vez que, o acerto de contas pode estar próximo. Na lógica, é claro. Isso não significa que temos que ficar só rezando, não! Havendo chance de folguedos, não se pode deixar de aproveitá-la. Temos que conciliar e aproveitar as coisas boas da vida, inclusive sexo seguro. Pois o futuro é hoje, é agora. Aliás, a vida é hoje, é agora, é o momento atual. O idoso não tem mais tempo para perder. Porém há que se fazer tudo com moderação, sem frenesi, sem desatino. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém!