quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O ADITIVO.

Em gramática, aditivo é uma partícula que liga duas palavras ou uma frase à outra, para completar o sentido do conjunto. As mais comuns são “e” e “nem”. Em química, é uma substância que é adicionada à outra para agregar valor ou aumentar eficiência da primeira. Exemplo, gasolina aditivada; leite vitaminado. Em matemática, é uma soma, um acréscimo. Enfim, uma adição.
Em administração pública, o aditivo é uma estratégia, uma esperteza, uma rasteira, uma falcatrua, uma maracutaia, um golpe, um conluio, tudo muito usado pelos gestores para aumentar o preço das obras públicas, e, por conseguinte, sobrar vultosas quantias para serem rateadas entre os envolvidos na ocorrência. Assim, fica tudo do jeito que o Quinzinho e o Ditinho gostam.
Nesse setor, o bendito aditivo é usado da seguinte forma: Numa concorrência pública, um empresário amiguinho do gestor dos recursos, após um prévio, particular e sigiloso acordo, em que recebe informações privilegiadas, apresenta em sua proposta um preço menor, impraticável, e vence o certame, na maior deslealdade com os demais concorrentes não sabedores do conluio prévio.
Depois de tudo “legalmente” decidido, o empresário vencedor, coitado, “muito inocente”, percebendo que vai perder dinheiro no cumprimento do contrato, solicita um aditivo, ou seja, um aumento de preço, no que é prontamente atendido. Aliás, raramente se fica sabendo de aditivo para baixar o preço de um contrato, mas para aumentar, acontece todo dia. É batata!
Assim, o aditivo é usado em todos sentidos: gramático, matemático, químico e econômico. No gramático, o aditivo não é muito bem usado porque a afinidade deles com a Linguagem é pouca, mas nos outros sentidos é satisfação geral. No matemático, como grandes mestres que são, eles somam o número de contas correntes e multiplicam o saldo bancário.
No econômico, pela mesma forma, somam e multiplicam os bens pessoais duráveis, como imóveis urbanos, fazendas, grandes rebanhos, casas de veraneio, automóveis, depois de dividirem entre si o produto do roubo. Por outro lado, somam mais miséria ao povo, enquanto multiplicam a decepção, o desânimo, a aversão e o ódio justificado do povo contra eles mesmos.
No sentido químico, além de potencializarem os maus exemplos, energizam a corrupção, vitaminam o corporativismo, fermentam o crescimento da roubalheira, também chamada apropriação indébita para resfriar um pouco o impacto negativo. Assim, eles acabam transformando suas combalidas reputações em lixo, ou melhor, em merda. E viva o aditivo!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Perfil de uma intolerância.

Ultimamente tem-se falado muito em intolerância. Intolerância racial, religiosa, social e outras. Entretanto, a intolerância que mais tem ficado em evidência é a relativa aos homossexuais. Ressalvados o fanatismo, o radicalismo e o espalhafato de ambas as partes, tenho certeza de que tolerar uma pessoa homossexual não é diferente e nem mais difícil de que tolerar uma heterossexual, desde que ambas tenham um procedimento correto, normal e legal. Tenho amigos homo, aos quais aprecio e respeito muito. Sou 100% hétero, mas nada me impede de pensar no problema dos diferentes.
A simples diferença, até abstrata, ocasionada pela orientação sexual não podia servir de motivo para se discriminar alguém. Nem é necessário dizer, mas no universo das pessoas homossexuais há inúmeras que são extraordinárias, em todos os sentidos do relacionamento humano. Por outro lado, também encontramos em todos os lugares, indivíduos heterossexuais que são os mais indesejáveis possíveis. Portanto, a orientação sexual nunca torna uma pessoa pior do que outra, mas sua forma diferenciada de agir pode torná-la, no mínimo, inconveniente e censurável.
No entanto, a intolerância existe e é manifestada devido ao exagero de uma ou da outra parte, o que acaba dividindo a culpa entre ambas. Alguns homossexuais exageram em suas manifestações, chegando ao ponto de ser considerados escandalosos, uma vez que afrontam os costumes tradicionais, incluindo aí os preceitos religiosos. Não precisava ser assim, mas alguns deles são mais espalhafatosos do que muitas mulheres tidas como escandalosas. Acredita-se que a libido deles é incontrolável, muito mais latente do que a de qualquer outro indivíduo normal e ativo sexualmente.
Do lado oposto, os fanáticos e radicais, até mesmo os seletivos moderados, ficam irritados com tais atitudes, tidas como imorais e abusivas, o que acaba levando-os a externar reações raivosas e violentas. Considerando que a cada ação corresponde uma reação de igual ou maior intensidade, a ação escandalosa de pessoas ligadas ao grupo GLTB provoca a reação violenta e condenável do grupo contrário. Como nenhuma pessoa pode ser agredida física ou moralmente por preferir outra do mesmo sexo, alguém vai ter que mudar para que haja paz entre as pessoas diferentes.
Quanto ao preconceito moderado, menos grave do que a intolerância, este também existe em todos os lugares e ninguém precisa ser hipócrita dizendo o contrário. Então, não é toda família que tem o equilíbrio suficiente para aceitar uma situação do ramo. Quando aceita, é por falta de opção, uma vez que ser humano é ser humano e fim de questão. Vejam bem: Um homem casado, hétero, vez ou outra costuma ter outras mulheres. Neste caso a esposa costuma até aceitar. Entretanto, se esse mesmo homem fizer a besteira de transar com outro homem, a esposa o abandona na hora. Verdade ou mentira? Com a palavra, as mulheres!
A propósito do tema “opção sexual”, gostaria de emitir minha modesta opinião a respeito, mesmo não tendo conhecimento específico e nem autoridade sobre o assunto, mas a discordância é livre, principalmente sendo respeitosa e flexível. Eu não acho que seja opção. Acho que é uma derrota, uma capitulação perante a força da natureza humana, uma vez que o indivíduo é vencido pelo desejo sexual extremamente forte, mais do que sua vontade e seus próprios preceitos, segundo a literatura pertinente. Se for opção, só pode ser compulsória. Todavia, sendo compulsória, não pode ser opção. É imposição; é a única saída.
Aliás, durante os debates levantados pela festa da diversidade ocorrida em Arcos, alguém disse aqui no Portal que esteve até no Seminário, de onde saiu vencido pelo desejo homossexual, que foi mais forte do que ele. Inclusive disse ser hipócrita a pessoa afetada que disser o contrário. Tempos atrás, nos anos 80, quando a AIDS estava se alastrando rapidamente, mais por meio de relações homossexuais, um médico me disse, em conversa informal, que, no caso, o desejo é tão grande, que o indivíduo ignora o risco de contrair a terrível síndrome. Ou seja, o medo da doença é vencido pelo desejo que é muito mais forte. Aquele que resiste é um bravo.
Lá em cima, no primeiro parágrafo, eu disse ser 100% heterossexual, conforme a maioria absoluta do povo brasileiro, e do mundo também, é claro. Entretanto, está havendo uma pressão tão grande da minoria sobre a maioria que, muito breve, não se pode duvidar devido ao mundo estar de ponta cabeça, surgirá uma lei obrigando os héteros a viraram homos, para não haver conflitos. Os homossexuais mais exacerbados querem, de todas as formas, impor aos heterossexuais o seu sistema de vida, nem sempre, mas, vez ou outra altamente pernicioso e carregado de maus exemplos. Estes querem perverter todas as normas, inclusive o conceito do vocábulo casal.
Quanto ao conceito do termo casal, imagino ser difícil, senão impossível, mudá-lo, uma vez que ele existe desde os primórdios da criação Divina. Não tem cabimento, dois seres iguais formarem um casal. O máximo que podem formar é um par, uma dupla, um dueto. Se assim não fosse, Deus teria criado Adão e Ivo; Eva e Ivone e assim por diante. O conceito do casal criado por Deus é tão sublime que, a ser verdadeira, a história da Arca de Noé está aí para provar, uma vez que Deus o mandou colocar nela um casal de cada ser vivente sobre a terra. Em sua onisciência, Deus não ia fazer uma coisa tão séria, tão perfeita, para os homens muda-la depois.  
Isto não está certo, pois cada um pode levar sua vida da forma que achar conveniente, porém sem transgredir as normas que atendem os anseios da maioria. O respeito ao direito e ao desejo da maioria é uma consagração universal, que não poderia ser revogada ou violada por força de leis esdrúxulas e discutíveis. Quanto ao surgimento da tal lei da “virada” não se pode duvidar mesmo, principalmente quando se leva em conta o baixo nível moral de nossos políticos que só pensam em arrebanhar eleitores para seus currais eleitorais.  Mesmo sabendo que afrontam a maioria, eles, os políticos, não ligam porque também sabem que a memória do povo é curta.
De uns tempos para cá, a pressão sobre a sociedade está muito grande para que ela aceite procedimentos diferentes dos convencionais e consagrados ao longo do tempo. Os programas televisivos estão aí para condicionar a sociedade a aceitar tudo. Vejam as novelas televisivas. Muitos autores são homossexuais e estão, em bloco, insistindo em forçar a sociedade a aceitar os exageros e achar que tudo é normal. E que todas as opiniões contrárias são preconceituosas e passíveis de punição. Há um deles que já se manifestou, raivoso, dizendo que a sociedade não aceita beijo gay em público, portanto, por enquanto, só na casa dele.
Voltando aos políticos, não podemos nos esquecer de que eles são muito bonzinhos e gostam de facilitar as coisas para o povo. Assim, eles já devem ter concluído que virar homossexual é muito mais fácil do que voltar a ser heterossexual, haja vista a inexistência ou raridade de ex-homos e a fartura de ex-héteros, já, ao que tudo indica, incentivados pelo movimento pró homossexuais. Então, esforçados, interessados e eficientes como são, os políticos não titubearão em tomar medidas para “facilitar” as coisas para a grande maioria.  Já que quem foi não está querendo ou não encontrando jeito de voltar, que vá o resto para evitar conflitos de opiniões.
Mesmo assim, e em sendo assim, abaixo a discriminação, abaixo o preconceito e abaixo a intolerância. Arriba a paz, arriba a harmonia e arriba a concórdia entre todas as pessoas, não obstante as diferenças entre elas vão continuar existindo até o final dos dias e por todo esse mundão de Deus, de quem todos nós, sem exceção, somos filhos amados.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

MUDANÇA DE NOMENCLATURA.


Ás vezes eu fico pensando no palavreado antigo que era usado para caracterizar pessoas, identificar coisas e definir situações, como também na mudança dos termos, vocábulos e expressões próprias a cada uma. Lembro-me, e muito bem, de quando eu ia me matricular no Ginásio Estadual e não tinha dinheiro pra pagar a taxa de matrícula. Naquele tempo, tal como hoje, era mais fácil achar um político honesto do que dinheiro no meu bolso. “Tempo bom, lê, lê, não volta mais, saudade”.......
Era uma taxa de pequeno valor, quase simbólica, mas era cobrada. E quase sempre eu estava desapercebido do vil metal. Aí eu tinha que passar pela humilhação de ir à Delegacia de Polícia e pedir ao delegado um atestado de pobreza, para me isentar do pagamento. Escola pública cobrar taxa é um paradoxo, mas fazer o quê? Mandava quem podia e obedecia quem precisava estudar e não tinha grana para o Colégio Comercial Arcoense, que era a única opção ginasial da época.
Aconteceu que as brilhantes autoridades da época deduziram que “Atestado de Pobreza” era muito humilhante, e mudaram o nome para ATESTADO DE MISERABILIDADE. Em minha opinião ficou muito mais humilhante, uma vez que a miséria é mais pobre do que a pobreza. Ou seja, a miséria é a pobreza amplificada.  Essa foi uma mudança de nomenclatura que piorou bastante o sentido da coisa, que, de feia, passou a horrível. A emenda ficou pior do que o soneto.
            Já há outras alterações de nomenclatura que melhoram o sentido do termo, elitizando-o, até tornando chique a pessoa que o recebe. Por exemplo, chamar o sujeito de inadimplente. Quem não sabe o significado pode até pensar que se trata de um elogio. Eu, hem! Então, afirmo por minha conta e risco que tais alterações ocorreram por conveniência do próprio homem, para justificar comportamentos pessoais contemporâneos e explicar o surgimento de novos, como também para eliminar ou amenizar constrangimentos e preconceitos.
Vejam abaixo o “hoje” e o “antes” de alguns vocábulos e expressões, em desordem alfabética.

HOJE:                                           ANTES:
Inadimplente.............................   Fintador, caloteiro.
Ocioso, disponível..................Vagabundo, desocupado, malandro.
Profissional do Sexo, meretriz .......Puta, rapariga, biscate.
Dependente químico..........Drogado, maconheiro, cachaceiro, pinguço.
Colunista Social.............................Fofoqueiro
Sodomita, Pederasta, Gay............ Viado, fresco, mariquinha, bicha...
Afro-Descendente........................ Negro, crioulo...
Idoso............................................... Velho, caduco, pé-na-cova...
Desvio de conduta.........................Sem vergonha, safado...
Maníaco Sexual...............................Tarado, comedor....
Psicopata .........................................Doido varrido
Defectivo..........................................Cagão.    
Portador de Síndrome de Down ......Mongolóide
Inverídico, inverossímil.................. Mentira pura
Apropriação indébita, subtração......Roubo
Ficha suja...........................................Político ladrão
Cálculo renal......................................Pedra no rim.
Enfarte do Miocárdio.............Piripaque, dá um treim, sofrer um treco.
Deficiente físico.................................Aleijado
Fazer amor ..........................................Dar uma trepada
Travesti, transexual...........................Macho-fêmea.
Pedófilo ...............................................Comedor de criança.
Prejudicado verticalmente.................Anão, nanico
Calvo.....................................................Careca
Obeso....................................................Gordo, porco, capado...
Tecido adiposo....................................Gordura
Deficiente mental.................................Retardado
Epilepsia...........................Sofrer acesso, dá uma duda, desmaiar....
Boate .....................................................Zona Boêmia, “rendevú”.....
Lésbica...................................................Sapatão...
Cleptomaníaco.......................................Ladrão rico
Impotente sexual...................................Broxa; não dá no couro..
Disfunção erétil.....................................Pinto mole..
Excesso de pele.....................................Muxiba.
Desinformado........................................Ignorante
Inculto, iletrado.....................................Analfabeto.
Desarranjo intestinal.............................Caganeira
Regurgitar...........................Vomitar, lançar, chamar o juca.               
Defecar ................Cagar,fazer uma viagem, passar um telegrama
Testículos................................................Bagos, ovos....
Bolsa escrotal .........................................Saco, capanga.
Rigidez peniana.......................................Pau duro
Casa de repouso .....................................Hospício
Convidado ocasional .............................Penetra
Fazer a sexta .............................................Dormir depois do almoço.
Nauseabundo ..........................................Fedorento, nojento.
Lanche, levar um .....................................Levar matula.
Fazer um lanche.................Comer uma treta, comer um trem.
Menor infrator...................Menino bandido, pivete, trombadinha.
Restrição cadastral ..................................Nome sujo
Glutão.........................................................Esfomeado.
                                   KBÔ, por enquanto.