segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A FÉ NOSSA DE TODO DIA.

Numa noite dessas perdi o sono, levantei de madrugada e fui fazer minhas orações cotidianas. Enquanto orava, aproveitei para pensar um pouco sobre a fé, ou seja, essa misteriosa força que orienta e guia as pessoas. Não só nessa fé que as pessoas dirigem às divindades, mas também na fé que as pessoas têm em todas as coisas que as cercam e com as quais convivem no dia a dia. Sim, porque o acreditar ou não nas coisas que sabemos ou que pensamos conhecer demanda um pouco ou uma grande quantidade de fé. E esta fé nos foi passada ou ensinada por alguém para que emprestássemos credibilidade a esse ou àquele assunto.  

Por exemplo: o caro amigo sabe que é filho do seu pai fulano de tal e de sua mãe beltrana da silva.  O amigo sabe disso porque lhe disseram quando ainda era criança. Assim, o amigo cresceu e amadureceu acreditando no que lhe informaram, mas não tem provas de que esse fato seja verdadeiro. Há uma certidão de nascimento provando esse fato? Há! Com certeza! Mas, e se a certidão for falsa ou se o amigo tiver sido adotado? E se ainda o caro amigo for filho de uma irmã, cuja maternidade a família precisava esconder. E, se no final for isso, aquilo ou aquiloutro?! Portanto, olha a fé aí se fazendo presente e mostrando seu poder de convencimento.

Portanto, a fé é uma mania que gente tem de validar a realidade das coisas para que elas passem a fazer parte de nossas vidas com legitimidade, com autenticidade, com firmeza e como verdade irrefutável.  Outro exemplo: quando se vai validar um documento no cartório ou reconhecer uma assinatura, o tabelião escreve mais ou menos assim: “Assino e dou fé”.  Para que esta formalidade? Para dar autenticidade e legitimidade ao documento, tornando-o crível, legal e verdadeiro. Vez ou outra alguém diz assim: “Ah! Eu não boto fé nesse troço”, querendo dizer eu não acredito nisso; eu não confio nisso. Olha a fé, de novo, dando o ar de sua graça.!

Logo, ter fé é acreditar piamente em algo e fazer daquilo um ponto de afirmação, apesar de a fé não ser imutável. Hoje a gente tem fé em algo, amanhã pode muito bem não ter mais. Mas há uma certa fé que acompanha a gente durante toda a vida, até porque a gente tem receio de abandoná-la e a coisa ficar pior. No caso é a fé em Deus. Essa costuma acompanhar a gente por toda a vida.  Na religião, por exemplo, a pessoa fica descrente com o padre ou o pastor, mas não descrenta de Deus. Olha a fé aí, firme e forte. O dia em que essa fé acabar, outro tipo de fé não terá nenhum sentido.

Assim, a fé vai levando a gente pela vida afora. A pessoa sem fé é muito vazia e sem rumo. Tem que ter onde encostar-se à hora das atribulações e sofrimentos. Temos que acreditar em algo para que vida tenha sentido. Uma pessoa que não tem fé ou não acredita em nada, além de vazia, deve ser muito infeliz. O volume da fé não importa muito, o que importa é que ela exista. Sempre a gente vê por aí que uns, fé de menos: já outros, fé de mais. A bem da verdade, a fé não remove montanhas, mas com certeza nos ajuda a transpô-la. Agora, a dinamite eu garanto que remove a montanha.

Brincadeiras a parte, pois estas não podem passar dos limites, todos nós temos que concordar que há uma fé da qual não podemos duvidar, ou seja, a crença de que somos filho de um Deus maior e universal, sem a mão do Qual não existira tanta beleza e tanto mistério em torno da criação. E para termos certeza de que somos filho Dele, não precisamos de nenhum registro formal e nem fazer algum exame científico, ultra moderno, como o de DNA. Basta percebermos a misericórdia que Ele derrama sobre nós e o volume de graças com que Ele, o Pai, nos cumula todos os dias.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CIDADÃO HONORÁRIO.

Nada tenho contra o costume de se conceder títulos de cidadão honorário, mesmo porque minha opinião, contra ou a favor, não alteraria em nada. Além disso, tenho certeza de que muitos agraciados são bastante merecedores, ao contrário de outros que prefiro nem comentar. De um modo geral, penso que é uma forma de a cidade homenagear forasteiros importantes e úteis à comunidade, ou mesmo um meio de os políticos homenagearem os amigos mais próximos. No entanto, o que deixa um pouco a desejar é o critério de escolha, que, às vezes falha, deixando de fora alguns forasteiros também merecedores, os quais às vezes observam a desatenção.

Então, há uma farta lista de cidadãos de outras cidades, de várias categorias profissionais, os quais vieram para cá por diversos motivos, profissionais principalmente. Aqui fixaram residência e estão até hoje como se fossem nascidos aqui. Não obstante suas importâncias para Arcos, não sei por qual motivo ainda não receberam titulo de cidadão honorário. Acredito que seja porque são pessoas discretas e ocupadas, que não dispõem de tempo para se relacionar com os políticos, uma vez que estão sempre absortos em seus deveres, e procurando de uma ou outra forma ser úteis à cidade que os acolheu e os adotou como filhos.

Aquiescido por eles, ouso citar alguns da lista: Luiz Antônio Cipriani, engenheiro; Jésus Arantes Campos, engenheiro e empresário; Antônio Mendes Campos, profissional liberal, maçom; Mauro Aparecido Arruda, industriário, maçom; Wanderlei Brito, empresário; entre outros, tão qualificados como pessoas quanto os citados. São pessoas honradas e bondosas, que aportaram aqui, criaram família, construíram suas moradias, constituíram empresas e formaram seu patrimônio. Também fizeram grande círculo de amizades, abraçaram as diversas causas da comunidade e estão até hoje nos honrando com sua presença.

Por outro lado, não dá para esquecer de que já há outros, bem mais sortudos, que, mesmo não recebendo tal título, já recebem direto um bem remunerado cargo de confiança na administração municipal, o que lhes permite interferir na administração da cidade, não obstante possam ser pessoas que nada fizeram de especial na comunidade para merecer tal regalia. Vejam bem: Não estou afirmando que o fulano, o sicrano ou o beltrano não merecem; digo apenas que PODEM não merecer perante os olhos da população uma vez que o critério de suas escolhas é meramente político. É bem diferente da concessão de um título honorífico, cujo critério se baseia em méritos!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Lei do desarmamento.

QUE COISA mais controvertida e injusta é esta lei do desarmamento. No inicio, ela desarmou os cidadãos de bem, enquanto os meliantes ficaram armados até os dentes. Hoje sua ação continua quase a mesma, ou seja, desarmando os mesmos cidadãos, ao passo que a bandidagem continua dispondo de farto material bélico. Quando da promulgação da tal lei, o cidadão direito, possuidor de uma arma de fogo, ficou desorientado e, temeroso de ser penalizado, procurou livrar-se dela o mais rápido possível. Aí, o resultado foi o desguarnecimento total dos lares e seus ocupantes. Presumindo que nem todos os bandidos são corajosos, um ou outro, sabendo da existência de uma arma, pode ficar tendente a evitar aquela invasão. Como tudo o que tem ânus tem medo, bandido não foge à regra. Muitos apertam o gatilho, impulsionados pelo medo.

EM MINHA opinião e na de milhões de pessoas mais aptas a opinar, todo cidadão de bem devia possuir uma arma de fogo em casa, registrada, para se defender de uma agressão inesperada. O próprio governo devia facilitar a aquisição da arma quanto ao custo dela e à burocracia oficial. No entanto, para ter esse direito bastava o cidadão provar que é uma pessoa moralmente legal, psicologicamente equilibrada e tecnicamente apta a manejar uma arma. Os respectivos atestados comprobatórios seriam emitidos por órgãos oficiais competentes. As técnicas de manejo deviam ser ministradas por corporações policiais se, e somente se, a pessoa se enquadrasse nos dois critérios anteriores. Hoje está muito difícil possuir uma arma legalizada, mesmo preenchendo os requisitos exigidos. Há que se justificar a necessidade de possuir a arma, e as autoridades não aceitam a alegação da autodefesa.  

ESSAS JUSTIFICATIVAS que dão para os rigores desta lei, de que arma em casa representa mais perigo, não são tão fortes assim. Dizem que o bandido pode invadir a casa e usar a arma contra o próprio dono. Mas vale a pena correr esse risco. Na atual circunstância, o risco de ficar desarmado é muito maior, pois ninguém mais tem segurança em lugar nenhum. Os aplicadores e defensores desta lei alegam também que uma criança pode ter acesso à arma, o que pode redundar numa grande tragédia. É verdade, mas o dono da arma teria que ter o máximo de cuidado na sua guarda, sendo inclusive penalizado criminalmente caso negligenciasse neste item. Será que além do sofrimento causado pela tragédia, o sujeito ainda ia querer enfrentar a justiça? Acredito que não, já que o medo da lei é que faz com que as pessoas procedam de forma correta. 

SEGUINDO o curso natural da obediência, as autoridades estão apreendendo todas as armas que podem, ou recolhendo as que são espontaneamente entregues. No entanto, pouco se vê notícias de apreensão de algo palpável e substancioso. Não são esses trabucos antigos e inativos, relíquias e objetos de coleção, a causa do aumento da violência. Ademais, quem quer matar mata por outros meios: asfixiado, envenenado, esfaqueado, caceteado, e outras formas cruéis. A violência cotidiana e crescente é incentivada tão somente pela impunidade a quem a comete pela primeira vez, principalmente os menores, cujo ego fica lá em cima. “Vou fazer de novo, pois não acontece nada comigo. Sou “de menor”, uai!” Como muito bem dizem os antigos: É de menino que se torce o pepino!

VEJAM o que está acontecendo nas grandes metrópoles, mais recentemente no Rio de Janeiro. Os fora da lei estão lotados de armas poderosas. Se neste amado país houvesse leis sérias e rigorosas, que cortassem o mal pela raiz, inclusive e principalmente combatendo o tráfico de armas e drogas, a bandidagem e a violência não teriam adquirido o status que adquiriram, ou seja, “o crime organizado”. A que ponto nós chegamos? Crime organizado! Que vergonha para as pessoas encarregadas de governar o país! Onde elas estavam enquanto a bandidagem se organizava sem ser incomodada? Elas deviam estar muito ocupadas loteando o Brasil e dividindo as verbas públicas entre si. Se o crime está organizado, significa que a sociedade, que devia combatê-lo, está desorganizada.  

FINALIZANDO, faço a seguinte pergunta: Não estão querendo legalizar o uso da maconha para agradar a um bando de usuários, malucos irresponsáveis?  Pois, então! Legalizem e facilitem também o direito de possuir uma arma de fogo em casa, que é muito menos perigosa do que a maconha. O direito de possuir a arma registrada já é legal, mas é muito difícil se enquadrar nele devido ao rigor das formalidades. E o direito de portar a arma, então? Esse é que é difícil. Geralmente só autoridade constituída é que consegue obtê-lo.  O interessado comum desanima logo no começo dos procedimentos. Enquanto isto, um ou outro cidadão indefeso, à mercê da sorte, está sempre escutando, dentro de sua casa, a desagradável ordem oriunda da boca de um bandido: “Fique quieto; isto é um assalto. Se mexer, leva chumbo!”

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

AS LEIS UNIVERSAIS DE MERCADO E O TRÁFICO DE DROGAS.

QUALQUER PESSOA que observar com um pouco de atenção vai perceber que o comércio de drogas e de outras substâncias entorpecentes ilícitas segue praticamente a mesma linha de raciocínio seguida pelo comércio de outros produtos legais e necessários às pessoas de uma forma geral, como comida, roupa, remédio, eticétera e eticétera.  Assim, tal comércio também obedece à lei universal da economia que traça o paralelo entre a oferta e a procura, bem como estabelece a proporcionalidade vendedor/consumidor. Se há grande oferta de produtos no mercado, o preço tende a baixar, ou vice-versa; como também, se há muitos compradores, a tendência é aumentar o numero de vendedores. É exatamente isto o que está ocorrendo com o maldito comércio de drogas, a cada dia mais intenso e mais frenético.

BASEADA neste princípio, a pessoa, observadora e atenta, apura que o procedimento normal e rotineiro de compradores e vendedores decorre de circunstâncias específicas e inerentes ao produto comercializado. Por exemplo: durante um período em que esteja fazendo frio, o prezado leitor não encontra vendedores de sorvetes, picolés e outras delícias geladas. Da mesma forma, durantes as estações quentes do ano, não é fácil encontrar alguém querendo comprar cobertores e outros agasalhos para o frio.  Guarda-chuva em tempo seco, então, ninguém se lembra de adquirir. Só quando a chuva despenca é que o ensopado cidadão se lembra do apetrecho de cor preta.  Portanto, olha o comprador aí fazendo o seu papel, fundamental, de incentivador da atividade comercial.

ANALISANDO essas observações, a gente fica matutando sobre o intenso comércio de drogas, conforme infelizmente está acontecendo no país inteiro, ou no mundo inteiro, mas o que nos interessa primeiramente é o que está acontecendo aqui no Brasil. O pior é que, como parte do Brasil, nossa cidade está seguindo a regra, não obstante a polícia esteja trabalhando para combater esse inferno que se instalou aqui, para a desgraça de nossos jovens e destruição de nossas famílias. Ninguém pode negar que nossas autoridades têm se esmerado para combater esse crime, apesar das deficiências da lei. O resultado tem sido satisfatório, mas aparecem outros e mais outros vendedores substituindo aqueles que foram retirados de circulação, seguindo uma macabra progressão quase que geométrica.  

ASSIM SENDO, depois de meditar sobre o assunto, cheguei a uma triste conclusão, embora possa ser só minha e, por isso mesmo, pode ser rechaçada e combatida. De acordo com minha modesta capacidade de análise, concluí que a lei é a culpada da disseminação do uso de drogas. Observem que depois que passaram a não punir o usuário, o consumo aumentou assustadoramente. Quem tinha tendência a usar drogas e não o fazia por medo da lei passou a fazê-lo, na certeza de não sofrer nenhuma punição, a não ser apenas uma carraspana oriunda de alguma autoridade competente.  Principalmente tratando-se de menores de idade, os quais têm direito de mais e deveres de menos. Estes é que não estão nem aí para as admoestações, as quais entram por um ouvido e saem pelo outro!

CONSIDERANDO QUE escaramuça, lição de moral ou lavagem de língua, como se diz por aí, não dói e não tira pedaço, conforme eles mesmos dizem, este procedimento adianta muito pouco ou nada contra o usuário de drogas, uma vez que nessa situação ele perde a individualidade, a honra e a vergonha.  Haja vista os vexames que os usuários dão e as barbaridades cometidas por eles para terem acesso às drogas, o que vem provar que eles perdem totalmente a noção do bom senso, da legalidade e tudo o que têm de moral, bons costumes e princípios religiosos. Eu já ouvi um toxicômano dizendo, no mais descarado deboche, que tem medo do homem da pá (o coveiro) e não tem medo do homem de preto (ou da toga, o juiz). Se a lei fosse mais dura, esse sarcasmo não existiria.

COMO O NÚMERO de vendedores aumentou muito por causa da quantidade de compradores, ratifico que a lei é a maior culpada por essa tragédia. Se não voltarem a punir o usuário, a tendência é a situação piorar dia a dia. Por conseguinte, o número de traficantes aumenta na mesma ou maior proporção. Como não é fácil pegar o traficante, a solução seria retirar o consumidor de circulação, detendo-o numa prisão decente, sob a proteção de um Juiz, por um período suficiente até para a sua desintoxicação. Esta medida serviria de alerta para quem ainda têm medo da justiça. Aumentar-se-ia também o rigor das penas aplicadas aos traficantes vendedores, os quais deviam, sim, cumpri-las, com o mínimo de direitos. Não havendo vendedor e comprador, consequentemente não haverá o produtor. Não havendo produtor, não haverá o produto. Demora muito, mas pode dar certo. Antes tarde do que nunca.  Até agora, a única lei que o tráfico obedece é a Lei da Oferta e da Procura.

É CLARO QUE a punição aos usuários deveria ser rigorosa, para servir de exemplo e cortar o mal pela raiz, porém sem violência e desumanidade, até porque, salvo exceções, o usuário não deixa de ser um infeliz, uma vítima, às vezes até inocente, da ganância e da perversidade dos traficantes.  As exceções são aqueles que entram porque querem, porque são aventureiros, e não possuem limites. A estes a lei deveria tratar com mais rigor, aplicando-lhes um castigo maior, baseado na substância das provas.  No mundo de hoje, qualquer motivo, por mais banal que seja, serve para incentivar o indivíduo, insatisfeito não se sabe por que, a enveredar pelo enganoso caminho das drogas. Os mais audaciosos entram nele direto como traficantes, muitas das vezes até para sustentar seu vício. Não se pode negar também que um ou outro já entra no ramo por falta de oportunidade e emprego decente.

POR CAUSA da fraqueza da lei, o tabu do uso de drogas foi muito mais flexibilizado e banalizado do que o tabu do sexo. Este último que é legal e saudável ainda é praticado às escondidas, enquanto aquele que é proibido está sendo praticado abertamente, à luz do dia, na maior cara dura, afrontado a lei e as pessoas decentes. O pior é que existem pessoas importantes no nosso país, entre elas um ex-presidente da república, querendo descriminalizar mais ainda o uso de drogas alucinógenas, notadamente o uso da maconha.  O mais grave é que vão acabar conseguindo, tal é o interesse pessoal de alguns congressistas. Será que essa gente não sabe que, na verdade, já temos problemas terríveis com o uso exagerado de bebidas alcoólicas, cujo consumo não é ilegal?  Não precisamos da legalização de mais nenhuma desgraça.

PARA CONTRARIAR, alguém poderá dizer assim: Ah! mas há policiais corruptos que fornecem drogas  aos presos, além de parentes dos presos que fazem o mesmo serviço. Sim, pode até haver policiais que agem assim, mas temos que pensar na maioria absoluta que é gente honesta e não fornece nenhum produto ilegal aos presos. Os agentes espúrios irão sendo identificados por quem de direito e excluídos do meio. Penso que não há outra solução a não ser tirar o comprador de circulação através de medidas coercitivas mais rigorosas, as quais inibirão a entrada de novos consumidores no mercado. Se o futuro usuário tiver consciência de que há uma lei rigorosa para puni-lo, com certeza ele pensará duas vezes antes de dar a primeira baforada e entrar pelo tenebroso caminho sem volta das drogas.

EMBORA SABENDO que este texto não vai ter nenhum efeito, resolvi escrevê-lo para mim mesmo, ou para alguém que possa ver alguma utilidade nele. Assim, redigo-o também por que tenho ouvido de alguns pais a afirmação de que preferem ver seus filhos presos ou, na pior das hipóteses, mortos, a vê-los se destruindo no inferno das drogas. O pior é que não destroem só a si, como também a todos os familiares que lhes amam. Pouca coisa pode ser pior do que um pai e uma mãe amorosos verem um filho do seu coração se destruindo e cometendo desatinos contra as outras pessoas. Tenho amigos que convivem com essa negra situação e não têm nem mais um minuto de paz. É um suplício; é um gigantesco sofrimento. Parece que eles foram vivos para o inferno, ou o inferno veio até eles.  DECIDIDAMENTE NINGUÉM MERECE!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O homem e suas escolhas.

Sempre que uma pessoa está insatisfeita com o governante, ela diz, com muita revolta e razão, que o povo não sabe escolher ou que o povo não sabe votar, consoante também pensa e disse o eterno Rei do Futebol, nosso estimado Pelé. Na verdade, não é todo o povo que não sabe escolher, pois no seio dele há pessoas bem seletivas e sensatas, haja vista a quantidade de pessoas que não votaram no partido do atual governo. Não pelo governo em si, mas pela turma gananciosa que infesta o partido.
Entretanto, é bem considerável o número de pessoas ruins de escolha, levando-se em conta o alto número de pilantras e vilões que é eleito em todas as eleições. Assim, dá para concluir que, na realidade, a maioria não sabe escolher ou se deixa manipular com muita facilidade. Ou então, para ser mais justo, os “escolhíveis” deixam muito, ou tudo, a desejar, não oferecendo possibilidades de uma boa escolha. Em todo pleito é lançada na cara do eleitor uma lista de pilantras travestidos de homens públicos.
Todavia, essa dificuldade de escolher o melhor é muito antiga. Pelo que se sabe, vem desde o tempo do Adão. Inclusive, a primeira má escolha foi feita por ele, quando, por curiosidade ou incentivado pela rastejante serpente, optou por degustar a apetitosa maçã. Se o Adão não tivesse feito essa má escolha (será que é?), poderíamos ainda estar vivendo no paraíso. Ou será que o Adão e a Eva estariam sozinhos lá até hoje, uma vez que humanidade surgiu em decorrência da escolha deles?!
A segunda péssima escolha ocorreu quando Pôncio Pilatos, então governador da Judéia, deu à turba alucinada a chance de escolher entre Jesus, o rei do mundo, e o salteador das estradas chamado Barrabás. Adivinhem quem o povo escolheu! A ser verdadeira essa narrativa, fica evidente que o povo judeu fez uma péssima escolha, cujo desfecho prejudicou toda a humanidade. Inclusive as subseqüentes vítimas do Barrabás, entre as quais deve ter havido algum que optou por ele.
O pior em tudo isso é que ainda existem alguns Jesus e muitos Barrabás sendo submetidos à escolha do povo. Em todas as eleições o fato se repete. Faz parte da tradição, e parece que o povo gosta. O mais desastroso ainda é que uma parte insensata do povo ainda escolhe os Barrabás, que têm um enorme poder de “convencimento”, muito mais envolvente e alienante do que o dos Jesus. E quem sofre com isto? Quem paga o pato? Todo o povo! É claro!
No entanto, se os sofredores fossem apenas os responsáveis pela má escolha, ainda bem. Se os prejudicados fossem apenas autores da malograda opção, seria até bastante justo, pois que todo erro deve ser punido. Quem comete o crime é que deve receber a pena. Mas, como no caso é impossível definir quem é quem, acaba sobrando sofrimento para toda a coletividade. Sendo assim, viva a República, viva a Democracia, e vivam os Barrabás! E viva Jesus!  O original, é óbvio!
    

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Olá! Como vai? Tudo bem?!

Ao contrário de muitos, pratico sempre o ato de cumprimentar todas as pessoas com quem encontro em minhas movimentações diárias. Desde muito jovem adquiri este habito e não o abandonei até hoje. É um costume salutar, social, cordial e cristão. Não custa nada e a gente costuma ficar simpático aos olhos de quem dedicamos esta simples atenção. Mesmo porque numa cidade do tamanho da nossa, onde muita gente ainda se conhece, não é de bom alvitre passar perto das pessoas sem saudá-las, porque pode pegar mal e a gente acaba sendo rotulado de antipático, metido, nojento, e outros adjetivos genéricos.  Em cidade pequena, todo deslize é castigado.

No entanto, está desanimador preservar esse hábito, porque está dando para perceber que as pessoas de hoje não ligam muito para isso, chegando até a fingir que não enxergam o passante, simplesmente para não serem saudadas e não terem o “sacrifício” do retorno. Não se sabe se é descaso com os outros ou se é preguiça de abrir a boca. Alguns evitam saudações por timidez; outros já é mesmo por arrogância, ignorância e falta de educação. É fato que ninguém é obrigado a ficar cumprimentando as pessoas na rua, mas esta atitude é uma forma barata e educada de valorizar as pessoas com as quais encontramos no dia-a-dia. Eu penso assim.

No caso das mulheres, até dá pra entender essa atitude e não criticá-las por isso. A maioria age dessa forma mais por recato ou precaução, dada a atração que exercem sobre os homens e a outros fatores criados pelo Adão. Além disso, há muito homem malicioso, devasso e oportunista, que pode entender, por conveniência, uma gentil saudação feminina como uma abertura, e fazer deste gesto uma chance para uma libidinosa cantada. Quanto aos homens que evitam uma saudação, excetuando os tímidos, parece mais uma imbecilidade, uma grosseria. Parece também uma falta de religiosidade, uma vez que um simples cumprimento pode levantar o ânimo de alguém que esteja vivendo algum problema pessoal.

Não obstante eu esteja sendo desestimulado pelo descaso, às vezes involuntário, das próprias pessoas, estou tentando não perder o hábito de saudá-las, uma vez que se trata de uma atitude salutar e inerente ao relacionamento humano. Também porque ainda tenho encontrado algumas pessoas receptivas e atenciosas. Nem todas são refratárias e indiferentes aos seus semelhantes. Muitas são atenciosas, humildes e gentis, que não merecem ser incluídas no rol das antipáticas ou indiferentes. Sabe-se também que todo mundo está com medo de todo mundo, devido à onda crescente de violência. Todavia, uma gentil saudação entre pessoas normais e presumivelmente conhecidas não representa nenhum perigo.

Conforme foi dito logo acima, cumprimentar as pessoas não representa nenhum perigo. Este procedimento não tem contra-indicação, não provoca efeito colateral negativo e não engorda. Também não causa ruga e nem queda de cabelo; não provoca reação alérgica e nem choque anafilático.  O que pode provocar, e com bastante freqüência, é um choque afetivo no coração de quem está sendo cumprimentado e que não esperava por aquela atitude, dada à indiferença habitual, talvez involuntária, das pessoas, principalmente quando o saudado é pobre, humilde, insignificante ou de aparência rude e desajeitada. Cumprimentar gente rica, bonita e importante é um prazer. Todo mundo gosta!

É motivo de desapontamento quando se saúda um grupo de pessoas e ninguém responde. Neste caso, eu costumo falar, por exemplo, “bom dia, gente!” Penso eu que quem for gente, responde. Mesmo assim, ainda há pessoas que nem ligam. Ou estão distraídas, ou estão absorvidas em preocupações cotidianas, ou não são gente. Pessoas também educadas com quem convivo já comentarem isso comigo, alegando estarem percebendo esta mania condenável que as pessoas estão adquirindo. Talvez nem sempre por culpa delas, mas das mudanças no comportamento de outras pessoas que desaprenderam, ou nuca souberam, viver em sociedade decente.

Como costumo ser juiz de mim mesmo, procuro os motivos em minha pessoa, mas não os tenho encontrado. Acredito que eu não tenha mudado meu comportamento a ponto desagradar muitas pessoas ao mesmo tempo! Como não sou apenas eu que percebeu esse procedimento, vejo-me no direito de pensar que continuo o mesmo. Então, fica uma indagação: caso eu tivesse adquirido um mau hábito desde a tenra idade, será que apareceria tanta gente para incentivar a me libertar dele? Será que eu teria motivos parecidos para desapegar do hábito nocivo? Sei não, viu! Do jeito que os conceitos mudaram; do jeito que as pessoas estão introvertidas e temerosas, até ser gentil, educado e cristão está a cada dia mais difícil.