quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Lei do desarmamento.

QUE COISA mais controvertida e injusta é esta lei do desarmamento. No inicio, ela desarmou os cidadãos de bem, enquanto os meliantes ficaram armados até os dentes. Hoje sua ação continua quase a mesma, ou seja, desarmando os mesmos cidadãos, ao passo que a bandidagem continua dispondo de farto material bélico. Quando da promulgação da tal lei, o cidadão direito, possuidor de uma arma de fogo, ficou desorientado e, temeroso de ser penalizado, procurou livrar-se dela o mais rápido possível. Aí, o resultado foi o desguarnecimento total dos lares e seus ocupantes. Presumindo que nem todos os bandidos são corajosos, um ou outro, sabendo da existência de uma arma, pode ficar tendente a evitar aquela invasão. Como tudo o que tem ânus tem medo, bandido não foge à regra. Muitos apertam o gatilho, impulsionados pelo medo.

EM MINHA opinião e na de milhões de pessoas mais aptas a opinar, todo cidadão de bem devia possuir uma arma de fogo em casa, registrada, para se defender de uma agressão inesperada. O próprio governo devia facilitar a aquisição da arma quanto ao custo dela e à burocracia oficial. No entanto, para ter esse direito bastava o cidadão provar que é uma pessoa moralmente legal, psicologicamente equilibrada e tecnicamente apta a manejar uma arma. Os respectivos atestados comprobatórios seriam emitidos por órgãos oficiais competentes. As técnicas de manejo deviam ser ministradas por corporações policiais se, e somente se, a pessoa se enquadrasse nos dois critérios anteriores. Hoje está muito difícil possuir uma arma legalizada, mesmo preenchendo os requisitos exigidos. Há que se justificar a necessidade de possuir a arma, e as autoridades não aceitam a alegação da autodefesa.  

ESSAS JUSTIFICATIVAS que dão para os rigores desta lei, de que arma em casa representa mais perigo, não são tão fortes assim. Dizem que o bandido pode invadir a casa e usar a arma contra o próprio dono. Mas vale a pena correr esse risco. Na atual circunstância, o risco de ficar desarmado é muito maior, pois ninguém mais tem segurança em lugar nenhum. Os aplicadores e defensores desta lei alegam também que uma criança pode ter acesso à arma, o que pode redundar numa grande tragédia. É verdade, mas o dono da arma teria que ter o máximo de cuidado na sua guarda, sendo inclusive penalizado criminalmente caso negligenciasse neste item. Será que além do sofrimento causado pela tragédia, o sujeito ainda ia querer enfrentar a justiça? Acredito que não, já que o medo da lei é que faz com que as pessoas procedam de forma correta. 

SEGUINDO o curso natural da obediência, as autoridades estão apreendendo todas as armas que podem, ou recolhendo as que são espontaneamente entregues. No entanto, pouco se vê notícias de apreensão de algo palpável e substancioso. Não são esses trabucos antigos e inativos, relíquias e objetos de coleção, a causa do aumento da violência. Ademais, quem quer matar mata por outros meios: asfixiado, envenenado, esfaqueado, caceteado, e outras formas cruéis. A violência cotidiana e crescente é incentivada tão somente pela impunidade a quem a comete pela primeira vez, principalmente os menores, cujo ego fica lá em cima. “Vou fazer de novo, pois não acontece nada comigo. Sou “de menor”, uai!” Como muito bem dizem os antigos: É de menino que se torce o pepino!

VEJAM o que está acontecendo nas grandes metrópoles, mais recentemente no Rio de Janeiro. Os fora da lei estão lotados de armas poderosas. Se neste amado país houvesse leis sérias e rigorosas, que cortassem o mal pela raiz, inclusive e principalmente combatendo o tráfico de armas e drogas, a bandidagem e a violência não teriam adquirido o status que adquiriram, ou seja, “o crime organizado”. A que ponto nós chegamos? Crime organizado! Que vergonha para as pessoas encarregadas de governar o país! Onde elas estavam enquanto a bandidagem se organizava sem ser incomodada? Elas deviam estar muito ocupadas loteando o Brasil e dividindo as verbas públicas entre si. Se o crime está organizado, significa que a sociedade, que devia combatê-lo, está desorganizada.  

FINALIZANDO, faço a seguinte pergunta: Não estão querendo legalizar o uso da maconha para agradar a um bando de usuários, malucos irresponsáveis?  Pois, então! Legalizem e facilitem também o direito de possuir uma arma de fogo em casa, que é muito menos perigosa do que a maconha. O direito de possuir a arma registrada já é legal, mas é muito difícil se enquadrar nele devido ao rigor das formalidades. E o direito de portar a arma, então? Esse é que é difícil. Geralmente só autoridade constituída é que consegue obtê-lo.  O interessado comum desanima logo no começo dos procedimentos. Enquanto isto, um ou outro cidadão indefeso, à mercê da sorte, está sempre escutando, dentro de sua casa, a desagradável ordem oriunda da boca de um bandido: “Fique quieto; isto é um assalto. Se mexer, leva chumbo!”

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