segunda-feira, 12 de março de 2012

Profissão mais antiga; ou O pão que o diabo amassou.

Há uma anedota antiga, até bem criativa, em que 3 profissionais, jardineiro, carpinteiro e eletricista, discutiam entre si qual das suas profissões seria a mais antiga. O jardineiro disse que era a dele, pois foi um colega seu que plantou o jardim do Éden. O carpinteiro, por sua vez, disse a mesma coisa, alegando que foi um colega seu que construiu a Arca de Noé. Já o eletricista jura que a profissão mais antiga era a sua, pois quando Deus disse “Faça-se a luz”, um colega seu já tinha feito a instalação elétrica. O impasse estava criado. Na verdade, qual seria a profissão mais antiga?

Em minha opinião, a primeira profissão surgida no mundo deve ter sido padeiro, pois o pão deve ser um alimento antigo, já que desde sempre o homem diz que “comeu o pão que o diabo amassou”. Então, deve ser mesmo a mais antiga, pois o diabo também é antigo, já que começou a existir junto com Deus. Só que o diabo deve ser um péssimo padeiro, pois quem come o seu pão, entende como suplício e infelicidade.  Eu nunca vi uma pessoa feliz dizer que está comendo o pão que o diabo amassou. Alguém já viu? Falar que já comeu pode ser até normal, pois muitos passam fases difíceis na vida.

Considerando que o diabo fosse padeiro, é mais do que natural dizer que os políticos também o são, por motivos vários. Um deles é que a existência dos políticos também é muito antiga; outro motivo é que, com muita freqüência eles estão sendo pegos com a mão na massa ou até mesmo com a massa dentro até da cueca. Um outro motivo, que todos conhecem e mesmo assim insistem em elegê-los administradores da “padaria”, é que eles estão sempre fazendo o povo comer o pão que o diabo amassou. O pior é que o povo come, come, come o tal pão, mas esquece logo e não pune o fabricante.

Já há outros políticos que são mais confeiteiros do que padeiros, pois fazem tudo muito bonito, apetitoso, atraente, que enche os olhos do espectador também conhecido como eleitor. Ou pato, melhor dizendo.  Porém, o produto deles é muito balofo, inconsistente, perecível, com prazo de validade muito pequeno. Tão pequeno que costuma prescrever até antes de começar a ser consumido. Á menor mudança do clima, os produtos já começam a deteriorar-se e a exalar mau cheiro. O problema maior é que eles terceirizam a fabricação do “pão”, que acaba saindo uma bela porcaria.

Se a profissão do diabo é padeiro, a de Deus qual seria? Para fazer a maravilha que fez, e em apenas sete dias, Ele deveria ser multiprofissional. Deveria ser engenheiro, arquiteto, paisagista, biólogo, químico, botânico, físico, jurista divinamente sábio para elaborar tantas leis justas, as quais os homens transgridem a toda hora. Enfim, Deus só pode ter sido um cientista múltiplo, de incomensurável competência, para construir o universo e deixa-lo funcionando dentro da mais extraordinária harmonia, que, infelizmente o homem, que parece ser Seu pior produto, está tentando corromper.

Pensando melhor, chega-se à conclusão de que Deus é mono profissional, ou seja, dotado de um único ofício, porém gigantesco, que compreende e executa com sabedoria todas as profissões do mundo. Há homens, possuidores de especializações em áreas específicas, que entendem tudo de um pouquinho; há outros, bastante versáteis, criativos e polivalentes, que entendem um pouquinho de tudo. Quanto a Deus, Ele não se enquadra em nenhum desses perfis. Ele entende tudo de tudo. Ele é apenas Deus. Ele é apenas onipotente, onisciente e onipresente. Só isso! Mais nada!