terça-feira, 15 de março de 2011

Homenagens Póstumas: Justas ou injustas? Depende!

A Avenida que liga a Vila Boa Vista ao Bairro Olaria recentemente pavimentada pela atual administração, pelo que se sabe foi batizada com o nome de Celso Teixeira de Castro. Tudo muito bem; tudo certo! Antes de dizerem, vou logo dizendo, não tenho absolutamente nada contra o homenageado e nem penso que ele não mereça esta homenagem. Ao contrário, tenho certeza de que merece. Penso apenas que a fila é grande. Antes, há pessoas que fizeram muito por Arcos e até hoje não foram homenageadas, tendo os seus nomes inscritos em logradouros públicos, enquanto muitas outras, ilustres desconhecidas, já tiveram tal honraria, simplesmente por falta de critério justo nas escolhas.

Sendo assim, e para despertar a memória de quem de direito, ouso fazer a seguinte indagação: Quem foi Capitão José Apolinário, Tenente Florêncio Nunes, Salomão Assad, Augusto Murtinho, Zalkin Piatgosk, e muitos outros tão desconhecidos quanto, que estão denominando ruas, avenidas e outros locais públicos? Mesmo que tenham sido conhecidos pelos moradores mais antigos, não se tem notícia de nada que eles fizeram em benefício da cidade e ou do povo enquanto pessoas vivas. Estou fazendo tais indagações baseado em informações obtidas sobre essas pessoas. Todavia, não garanto certeza absoluta. Se eu estiver sendo injusto quanto a eles, me desculpem, por favor. Em relação a alguns, garanto não estar sendo.

Agora me digam também quem foi Armando Barboni, José Pelidiano, Edson Fonseca, Gerson Frias, Ramiro Gomide, Neca Jacinto, Doutor Osório, Jorge Zacarias, Jorge Calácio, Geraldo Gouveia, Lino Clementino Vieira, João Divino do Nascimento, Geraldo de Sousa (Geraldo da Minervina), e tantos outros que não obstante seu trabalho e sua bondade estão esquecidos até hoje por quem podia e devia homenageá-los. No caso de Armando Barboni e José Pelidiano, eles foram os artífices de boas edificações que havia e ainda há em Arcos, exemplos a Matriz de Nossa Senhora do Carmo, o prédio onde ora funciona o Bradesco, a Usina Velha, cujas estruturas preservadas até nossos dias devem ser creditadas aos dois.

Assim sendo, exorto os responsáveis por estas homenagens, suponho ser a Câmara de vereadores, adotarem um pouco mais de critério ao escolherem personalidades a serem homenageadas uma vez que aqui  há supervalorização de umas e desvalorização de outras. Não se restrinjam a escolher o homenageado só pelo fato de ser parente do fulano, ser não sei o que do beltrano, porque é morador da redondeza, porque é sogro rico do empresário do local, porque morreu dessa ou daquela forma ou porque isso, aquilo e aquiloutro. Dêem preferência ao critério de serventia comunitária, uma vez que muita gente já falecida deu provas de sua prestimosidade. Temos um celeiro póstumo bem cheio.

Exorto ainda a,ao aprovarem um novo loteamento já apresentar uma lista de nomes para as ruas, ao invés de permitirem a adoção de nomes de cidades, de tribos indígenas, de estados da federação, de minerais, conforme ocorreu no Bairro Sion, onde houve até repetição de “Rua Esmeralda”, a qual já existia na Vila Boa Vista. Este procedimento poderia até ser parte do elenco das várias condições de aprovação do loteamento. Mesmo que não fosse uma condição inflexível, nossos legisladores deveriam fazer uma exigência moderada sobre sua adoção. Este procedimento não ia prejudicar ninguém, enquanto homenagearia muitas pessoas das várias famílias que ajudaram a construir nossa cidade. Já que um ou outro edil não tem aptidão para legislar e fiscalizar, que cuide deste assunto.

É claro que o vereador tem todo o direito de homenagear um ente querido seu que já tenha partido dessa vida, principalmente sendo gente merecedora, conforme a maioria, de fato, o é. Se eu fosse um vereador provavelmente faria a mesma coisa. Devo dizer ainda que esse critério faltoso não é invenção da atual legislatura. Ele é muito antigo, e deve ter a mesma idade do legislativo arcoense. Repetindo quantas vezes forem preciso para dirimir dúvidas, não tenho nada contra nenhum dos até hoje homenageados, mas tenho tudo a favor da justiça para muitos, que, embora não estejam mais entre nós, deixaram marcas indeléveis na história da comunidade arcoense e no coração dos filhos de Arcos.

2 comentários:

  1. Patativa,adoro ler suas patacoladas,sempre muito pertinentes.Sou sua seguidora e ficaria muito honrada com sua visita em meu humilde blog.Um abraço da Paty Pimentinha.Eis aí meu endereço,blogdapatypimentinha.blogspot.com.

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  2. Paty, muito obrigado pela sua generosa atenção por apreciar minhas patacoadas. Eu já disse várias vezes, com toda sinceridade, pois conheço minhas limitações, são patacoadas mesmo, que não levam a nenhum resultado positivo. Porém, são palavras sinceras, saídas de minha mente e de meu coração, baseadas nos parcos conhecimentos acumulados ao longo de uma vida de lutas, onde se alternaram derrotas e vitórias. Felizmente, mais vitórias do que derrotas. Quanto à pertinência, realmente procuro ser o menos incoerente possível, para deixar menos dúvidas.
    Logo, logo acessarei seu blog, já sabendo que não vou encontrar nenhuma modéstia na qualidade das matérias, como também serei seu seguidor, não obstante minha inabilidade na informática. O computador para mim ainda é um enigma. Há horas que até penso que ele vai me morder.
    A honra do acesso ao seu blog será toda minha. Um abraço e muito obrigado.

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