domingo, 27 de novembro de 2011

O SAPATO APERTADO.

Os chineses antigos diziam assim: ´”Se você quiser se esquecer de seus problemas, calce um sapato apertado.” É uma grande verdade, pois quem passa pelos tormentos de um sapato apertado não consegue pensar em mais nada a não ser no desconforto causado por ele. É uma situação tão massacrante, que se a pessoa insistir, mantendo o sapato no pé, acaba desmaiando. Sendo assim, eu não recomendo a ninguém calçar sapato apertado, entretanto sugiro transformar os problemas dos nossos irmãos em nosso sapato apertado.

Se adotarmos o procedimento de preocupar com os problemas dos outros, esqueceremos os nossos, pelo menos por algum tempo. Agindo assim, poderemos ver que nossos problemas, ou até supostos, são menores do que os de muita gente ou, às vezes, nem existem. Isto não significa que devemos ficar só pensando nas outras pessoas e esquecer de nós mesmos. Não, nossos problemas, não importando sua dimensão, também carecem de resolução. Cada pessoa sabe da importância que tem para si mesmo e, talvez, para outras pessoas.

Dia desses tive mais uma prova desta verdade que ora exponho. Eu e uma senhora, uma nova e boa amiga, tivemos uma conversa sobre o problema de uma outra pessoa, como também procuramos achar uma forma de ajudar a resolver. Esta minha amiga, além de ser deprimida, estava, no momento, curtindo uma baita enxaqueca. Conversamos bastante sobre o problema da outra pessoa motivo da conversa, quando acabamos encontrando uma forma de ajudar a resolver. Também conversamos sobre assuntos do dia a dia, inclusive política em Arcos. Credo em cruz!

Ao terminarmos o assunto, cerca de meia hora depois de iniciado, minha dileta amiga me disse assim: -“Vou te contar uma coisa que você não vai acreditar. Minha depressão e minha enxaqueca sumiram. Agora não estou sentindo nada. Só muita paz! Nossa conversa curou minha enxaqueca e me fez esquecer da depressão.” Emocionado, eu disse apenas “Que bom; graças a Deus”! Em seguida comentei com ela a máxima do sapato apertado, bem como a prova que acabáramos de obter. Minha amiga ficou tão envolvida com o problema alheio que acabou se esquecendo dos seus.

A gente pode nem perceber, mas é isso mesmo o que acontece quando nos envolvemos espontaneamente com problemas dos outros, os quais possam ser do nosso conhecimento e passíveis de serem resolvidos com a nossa ajuda. Pelo menos no espaço de tempo em que estamos envolvidos, a gente acaba, sem perceber, deixando as nossas atribulações de lado. Com um pouco de sensibilidade, frente à comparação da natureza e da gravidade dos problemas alheios, acabamos percebendo que temos, quase sempre, mais soluções do que problemas.

Portanto, quero dar um conselho aos amigos, pois conselhos e flores a gente dá somente a amigos. Aqueles que ainda não adotaram este procedimento, doravante adotem-no. Garanto, por experiência própria, que ninguém sairá no prejuízo. Para esquecer ou diminuir nossos problemas, por mais graves que possam ser,  não há nada mais salutar e cristão, diga-se de passagem, do que se envolver, criteriosamente, é claro, com o problema do nosso irmão. Enquanto estamos cuidando do problema alheio, Deus, em sua infinita justiça, estará cuidando dos nossos. É muito melhor do que calçar um sapato apertado. Eu garanto!


2 comentários:

  1. Caro PATATIVA. Tudo que bem escreveu na realidade é uma receita com todos os ingredientes presentes ou latentes na alma de uma pessoa virtuosa, altruísta e bondosa. Nada mais nada menos você foi fundo numa lei universal chamada caridade, a mãe de todas as virtudes. Há mais de mil leis universais que o homem despreza mais que o mais animal de todos os animais. Aliás este fim de semana ao ir para o sitio passei pela estrada da paneira, caminho que há muito não fazia. Agora sou motequeiro, tem base? Há dois meses tirei carteira e comprei um moto. No caminho deparei com uma cena terrível. Desde a saida do asfalta até as primeiras casas das palneiras, dois lados, lixo e mais lixo jogado na beira da estrada. Será que essa criatura que faz isso é a mesma que fala que os animais no recinto urbano é um perigo ao ser humano. Para mim quem corre provoca riscos ao meio ambiente é um demente, sendo que todo animal age de forma mais descente que esse "gente". Sobre a lei universal da caridade antes de fazer uso dela é preciso encontrar adepto de juizo. Grande dilema no enfrentamento de certa cena, como a comentada é preciso saber escolher na multidão, com cuidado e muita estragema, acertando na escolha do mais propenso a querer evolução. Análisar se é um terreno bom, cuidadoso com seu quintal onde planta hortaliças ao ponto desta pessoa poder vir a ser um miltiplicador do bem que recebe, em forma de alimento a tanta pessoa esfomeada que há em cada envernada. Devemos ser precavidos com os atrevidos que só dão ouvidos ao venha a nós; aproveitadores de plantão que só sabem parasitar o bom de coração.
    Excelente artigo.

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  2. Desculpe PATATIVA postei a minuta do meu comentário no lugar o original. Mas também dá para entende-lo, não é verdade?

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